Uma polêmica envolvendo uma van, sem qualquer identificação, que foi vista recolhendo animais de rua durante as noites em Itaperuna, reascendeu um confronto antigo no município: Protetores dos animais contra a Prefeitura.
Muitos protetores afirmam que não foram comunicados ou consultados a respeito do início da triagem e recolhimento de cães abandonados para posterior castração e chipagem. O procedimento foi brevemente anunciado pela Prefeitura Municipal de Itaperuna, juntamente com a Coordenação de Vigilância Sanitária, no dia 20 de abril e faz parte do Projeto Pata Amiga, que tem como objetivo o controle populacional de animais domésticos de pequeno porte (cães e gatos).
O que tem causado espanto é a forma como os animais começaram a ser recolhidos, em um veículo sem identificação alguma e a falta de transparência em relação aos cuidados durante e depois das castrações. Alguns protetores e profissionais do segmento veterinário também defendem a ineficácia do projeto:
“Quem estava presente no dia da apresentação, me viu questionar vários pontos importantes deste projeto. Primeiramente aplaudo a iniciativa, porém senti falta de alguns detalhes do projeto, como por exemplo: o número de animais existentes em nosso município, segregados por categorias (errantes, semi-errantes e não errantes); não trazer os valores pagos por cada categoria de peso; quantidade estimada de animais castrados para obtenção de resultados; como será a fiscalização in loco desde a captura até a alta médica. Ainda segundo o meu ponto de vista, o projeto nunca poderia ter colocado como foco, a castração. Sabemos que só castrar e microchipar não resolve, é paliativo. O primeiro passo a ser feito, deveria ser a criação de uma Lei municipal que obrigue as pessoas a registrarem os seus animais junto ao órgão da prefeitura, sendo estes microchipados e se possível, castrados. Sendo os seus tutores obrigados a passarem por treinamento/palestra sobre guarda responsável. A realização de campanhas educativas nas escolas, ruas e redes sociais como foco principal e a castração em massa, uma ferramenta do projeto. Isso tudo funciona a partir do momento em que se tenha fiscalização.” Daniel Ribeiro Teixeira – Médico Veterinário.
A Equipe do JBN já entrou em contato com os responsáveis pela clínica onde os procedimentos de castração estão sendo feitos e posteriormente publicará nota com melhores esclarecimentos sobre o Projeto Pata Amiga e os questionamentos de protetores, profissionais e população.