O reajuste no preço dos remédios, autorizado pelo Governo Federal no último dia 31 de março, finalmente chegou ao bolso dos consumidores e começa a ser sentido para aqueles que fazem tratamento com diversos tipos de medicamentos.

Mais de nove mil medicamentos tiveram um aumento de 12,5%. Este ano, a elevação praticada pelas empresas fabricantes ficou acima da inflação, algo que não acontecia há dez anos. A base de cálculo é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumulou alta de 10,36% em doze meses até fevereiro. 

Segundo o farmacêutico Dario Junio Gomes, esse reajuste de 12,5%  é em cima do valor máximo permitido para venda de medicamentos. “Os donos de farmácia não podem ultrapassar esse valor, que já possui uma margem absurda. Um medicamento com o preço de custo a R$ 10,00 tem o PMC (Preço Máximo ao Consumidor) de R$ 80,00, por exemplo.”

A aposentada Denise Santos começou a usar dois tipos de medicamentos distintos para controlar a pressão arterial e ansiedade há dois meses e ficou surpresa quando percebeu, no caixa da farmácia, o reajuste dos produtos. “O remédio de pressão é grátis (pelo Programa Farmácia Popular). Mas, em compensação, o ansiolítico foi de R$ 30, para R$ 36. Eu ganho um salário mínimo. Moro sozinha. Arco com todas as despesas e ainda tive essa surpresa desagradável hoje”, lamentou.