Das belas recordações de uma infância feliz, figura a imagem de um pequeno chafariz…

Me recordo com nostalgia dos passeios dos fins de tarde, tardes de domingo ao longo do calçadão que corta o coração de Itaperuna. Depois do saquinho de pipoca adquirido na calçada da igreja matriz, a parada obrigatória para apreciar o baile colorido das águas. Como era espetacular para os olhos de uma criança aquele bailado! Como era pomposo aquele monumento na praça! Enfeitando com graça e encantando com simplicidade os visitantes e habitantes da cidade.

Naquela época, pequena criança que era, não entendia nada a respeito de governos e desgovernos, mas sentia por ver a cidade tão bonita, que alguém cuidava com carinho de nós. Comparando hoje as paisagens que nos rodeiam com as de outrora, me martela uma pergunta: quando foi que nossos administradores públicos perderam o amor e o cuidado pela Terra da Promissão? Quando foi que deixamos de ser a promissão?

Há muito abandonado, o chafariz foi durante muitos anos a prova viva e encravada no centro do município, do abandono sofrido pela nossa querida cidade. O monumento das águas coloridas deu lugar aos buracos espalhados por dezenas de ruas, jorrando hora água, hora esgoto. Que tristeza! Hoje, quem passa pelo local se depara com um tapume. Seria uma obra para revitalizar o belo espetáculo do bailado das águas?

Bom, em ano de obras eleitoreiras, qualquer atitude para reviver os bons tempos em que éramos bem assistidos pelo poder público pode ser esperado. Ficamos na torcida. Pena esse tipo de “amor” ser um forma de “amor bissexto”: só acontece ao final de um longo período de quatro em quatro anos…

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Foto: JBN