César Castro, ex-atleta Olímpico de Saltos Ornamentais, comenta o adiamento, que poderá favorecer suspensos por doping ou lesionados
“A decisão de adiar por um ano foi a mais acertada, melhor para todo mundo, incluindo atletas e treinadores. Em ano Olímpico, o foco é total para o evento, então, cada dia de treino conta. Se os atletas estão preocupados com outras questões ou limitados, fisicamente, para realizar os treinos, isso acaba prejudicando o desempenho final. O que afetaria muito os jogos neste ano, principalmente considerando a condição de algumas potências, como a Itália e a Espanha”, explicou Castro, que foi duas vezes finalista dos Jogos Olímpicos, em 2004 (Atenas) e 2016 (Rio de Janeiro).
Nesta segunda-feira, 30 de março, o Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou a mudança no calendário dos jogos, que ocorreriam entre 24 de julho e 9 de agosto e 25 de agosto e 6 de setembro (Paralímpicos) deste ano. O compromisso com as Olimpíadas de Tóquio será, agora, de 23 de julho a 8 de agosto de 2021. E as Paralimpíadas, por deliberação do Comitê Paralímpico, foram agendadas para o intervalo de 24 de agosto a 9 de setembro do ano que vem.
A decisão foi tomada após uma série de avaliações e discussões envolvendo o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, e dirigentes das federações esportivas e de comitês nacionais. A nova data cumpre a promessa do COI de que os Jogos seriam realizados até o verão de 2021.
“Se fosse o meu caso, se eu fosse um atleta das Olimpíadas em 2020, eu ficaria muito feliz com a decisão por não ser obrigado a treinar em casa ou de qualquer jeito. Poderia fazer uma manutenção da forma física, de forma mais tranquila. E isso é o que deve ocorrer, dentro da possibilidade de cada atleta. Quando todos voltarem, estarão focados lá na frente, com tempo correto de treino e preparação. Ganha também quem for assistir. Veremos os melhores atletas do mundo no auge da forma”, acrescentou o professor.
A previsão era de que 11 mil atletas, de pelo menos 204 países, disputassem os Jogos de Tóquio, distribuídos por 33 modalidades esportivas. Se não bastasse esse contingente de pessoas, o COI e o Comitê Organizador do Japão estimavam que as provas recebessem até cinco milhões de espectadores de todo o mundo, nos 43 locais de disputas.
Doping
Segundo César Castro, a ocasião deverá beneficiar também aqueles atletas que estavam suspensos por doping. Pelo Brasil, estão de fora das Olimpíadas de Tóquio, por exemplo, a judoca Rafaela Silva, punida até agosto de 2021. A atleta pode conseguir, graças ao adiamento e ao recurso aplicado à Corte Arbitral do Esporte, defender o país, ano que vem. Outro caso importante é o da tenista Beatriz Haddad Maia, que voltou aos treinos semana passada e cumpre gancho por doping até 22 de maio. Andressa de Morais, medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima e ouro no Troféu Brasil no lançamento de disco, que está suspensa por doping até setembro, e Douglas Brose, afastado por outro motivo, uma lesão grave no tendão de Aquiles, em 2018, também são promessas de medalha que serão ajudados pela mudança das datas.
“Esses atletas muito provavelmente poderão competir em 2021, então para eles foi o máximo. Cumprirão a pena e/ou se recuperarão e poderão competir. Agora, avaliando de outro ângulo, para os atletas mais velhos, que estão no limite da dor, do psicológico, que passaram por todo o stress de preparação, dedicando a vida a isso, com competições, treinos e etc., um ano pode significar o contrário, pode ser muito, com muito mais desgaste”, concluiu o treinador de Saltos.
Sobre César Castro
Cesar Castro é patrocinado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie desde 2003 e foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha em um Circuito Mundial da FINA – Fédération Internationale de Natation. Foi eleito por nove vezes pelo Comitê Olímpico Brasileiro o melhor saltador da modalidade (2002, 2006, 2007, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014). Ao alcançar a final dos Jogos Olímpicos de Atenas, Cesar Castro quebrou uma barreira de 52 anos da última vez que um brasileiro chegou as finais. O último havia sido Milton Busin, nos Jogos Olímpicos de Helsinque, Finlândia, em 1952.
Por duas vezes finalista olímpico, Castro frequentemente esteve ranqueado entre os 10 melhores atletas do mundo de acordo com ranking mundial da FINA. No seu currículo estão 5 títulos Sul-Americanos (1997, 2002, 2006, 2012 and 2014), duas medalhas em Jogos Pan-Americanos (prata em 2007 e bronze em 2011). Além disso, César Castro conquistou 4 medalhas no Campeonato Mundial Universitário de 2005, realizado na Turquia, e mantém em seu currículo um total de 12 medalhas conquistadas em diferentes etapas do Circuito Mundial.
Por 14 anos consecutivos (2002 – 2015), César foi Campeão Brasileiro na prova de 3m. Em nível internacional, o atleta fez parte da seleção brasileira nas mais diversas competições, como: Jogos Pan Americanos, FINA World Championships, Diving World Cup, World Series, Mundial Universitário e Jogos Olímpicos.
Atualmente é professor de Educação Física e treinador de Saltos Ornamentais da equipe do Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília.
O ex-atleta está disponível para comentar o assunto.
Sobre o Colégio Presbiteriano Mackenzie
Os Colégios Presbiterianos Mackenzie são reconhecidos, hoje, pela qualidade de ensino e educação que oferecem a seus alunos e que está enraizada na antiga Escola Americana, fundada em 1870, por George e Mary Chamberlain, em São Paulo. A instituição dispõe de unidades em São Paulo, Tamboré (campus Alphaville, em Barueri-SP), Brasília (DF) e Palmas (TO). Com todos os segmentos da Educação Básica – Educação Infantil (Maternal, Jardim I e II), Ensino Fundamental e Ensino Médio, procura o desenvolvimento das habilidades integrais do aluno e a formação de valores e da consciência crítica, despertando o compromisso com a sociedade e formando um indivíduo capaz de servir ao próximo e à comunidade. No percurso da história, o Mackenzie se tornou reconhecido pela tradição, pioneirismo e inovação na educação, o que permitiu alcançar o posto de uma das renomadas instituições de ensino que mais contribuem para o desenvolvimento científico e acadêmico do País.
Em 2020, serão comemorados os 150 anos da instituição no Brasil. Ao longo deste período, a instituição manteve-se fiel aos valores confessionais vinculados à sua origem na Igreja Presbiteriana do Brasil.
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Assessoria de Imprensa Universidade Presbiteriana Mackenzie