No Brasil, o pico acontecerá três meses antes, em 6 de julho, quando mais de 1,7 milhão de pessoas estarão contaminadas naquele momento
Dia 27 de outubro será o pico de contaminação pelo novo coronavírus no estado do Rio de Janeiro, revela estudo inédito desenvolvido por cientistas de dados e atuários da Funcional Health Tech – maior plataforma independente de dados do setor de saúde no país. O resultado dessa análise apresenta um cenário mais alarmante do que o previsto até agora por outras projeções, mas chegou-se a ele a partir de uma modelagem matemática utilizada com êxito nas principais epidemias vividas no mundo nos últimos 100 anos. No Brasil, o pico está previsto para o dia 6 julho, quando o país terá 1,780 milhão de pessoas com a Covid-19.
De acordo com a projeção, o estado terá 11,4 mil de contaminados ativos em 27 de outubro, excluindo casos de pessoas recuperadas ou que foram a óbito. Ou seja, esse dado corresponde ao número de pessoas que estarão infectadas naquela data específica e não o total acumulado de infectados durante todo o período de pandemia.
“Nosso objetivo com essa pesquisa é mostrar para os gestores de saúde de cada município que é possível fazer análises regionais com o suporte da ciência de dados para apoiá-los na definição de protocolos mais assertivos de acordo com o cenário local. Por isso, disponibilizamos no final de março uma plataforma gratuita, no modelo open source (código aberto), para que qualquer profissional no Brasil tenha acesso aos nossos algoritmos e possa gerar suas próprias análises. Foi a forma que encontramos para apoiar o país nesse momento tão crítico”, explica Raquel Marimon, Diretora Executiva da Funcional.
A executiva ressalta que nos próximos dias as alterações das taxas de contaminação e recuperação podem mudar e, por isso o estudo será atualizado regularmente”, diz Raquel.
A Funcional Health Tech salienta a sensibilidade do estudo adotado e alerta que qualquer novo cenário sobre a forma de enfrentamento da pandemia implicará em uma alteração das premissas. O estudo foi produzido a partir do modelo open source (código aberto) disponibilizado em uma plataforma gratuita da Funcional. O código-fonte está disponível online (http://github.com/funcional-health-analytics/covid19-analytics) e permite que organizações públicas e privadas do segmento da Saúde, como operadoras de saúde, hospitais, indústrias farmacêuticas, fornecedores de insumos, profissionais de sustentabilidade, gestores públicos, além da comunidade científica, possam consultar e customizar as soluções e fazer novas análises a partir do algoritmos já criados.
Metodologia:
As projeções foram desenvolvidas através da aplicação do modelo matemático de epidemiologia SEIR, o qual representa uma forma de descrever a dinâmica de transmissão da doença na população, quando ela se dá através de indivíduos. O modelo utilizado é composto pela relação de quatro estados dos indivíduos e supõe que as pessoas já infectadas são imunizadas e, portanto, não são suscetíveis a nova infecção.
Para o desenvolvimento deste estudo, foram necessários informações acerca dos novos casos, mortes e curados por dia, além da quantidade total da população, em cada localidade de interesse. As bases das UF’s foram constituídas através das informações até o dia 06/05/2020 de casos e óbitos disponibilizados no painel coronavírus do “Ministério da Saúde do Brasil” e das informações de recuperados disponibilizados nos painéis sobre covid-19 das secretarias de saúde de cada estado. Os tamanhos populacionais foram extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE referentes ao ano de 2019.