A forte estiagem que castiga a região Noroeste Fluminense há meses, mudou o cenário do Rio Muriaé e a paisagem desoladora de seu leito na área central de Itaperuna tem assustado os moradores.
Segundo a Defesa Civil, o nível do rio está em 1,37 metros, bem abaixo do normal para esta época do ano, que seria de 2,5 metros.
Na área urbana do município de Itaperuna, mais precisamente sob a popularmente conhecida Ponte do Cinema, a situação é muito mais crítica: o curso da água está praticamente interrompido. As pedras do fundo do rio estão todas expostas e pode-se atravessar de uma margem a outra a pé.
De acordo com a Defesa Civil, apesar do nível muito baixo, nenhum alerta que comprometesse o abastecimento da cidade foi emitido.
Porém, a falta de água, principal impacto negativo da estiagem, afeta toda a cadeia produtiva da região. Como a prioridade de abastecimento passa a ser a população, setores como a agropecuária, as indústrias e os serviços passam a ficar comprometidos.
Com a redução da oferta de produtos agropecuários, por exemplo, há um aumento de preços, causando ainda mais impactos no PIB dos municípios do Noroeste Fluminense banhados e afetados pela seca do rio Muriaé: Itaperuna, Miracema, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá ,Varre-Sai, Laje do Muriaé, Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Italva e Itaocara.
Um estudo recente realizado no programa de pós-graduação de Ciência Ambiental da UFF (Universidade Federal Fluminense), evidenciou a necessidade de investimento na área de saneamento e tratamento de esgoto, restauração da mata ciliar, assim como ações que visem a educação ambiental e a recuperação do leito e margens do Rio Muriaé. Estima-se que, só no município de Itaperuna, cerca de R$ 20 milhões precisarão ser investidos para recuperar toda a área afetada por décadas de exploração desenfreada do rio e suas matas ciliares.
Foto: Renato Freitas