Fruto de uma promessa feita por Cláudio Cerqueira Bastos, o saudoso Claudão, o monumento ao Cristo Redentor abraça Itaperuna há 50 anos. O projeto do escultor capixaba Antônio Francisco Moreiras, completou cinquenta anos em janeiro desse ano sem muito do que se orgulhar.  Abandonado pelas autoridades locais durantes muitos tempo, chegou a ser manchete no Jornal O Dia: “Primo pobre de Cristo Redentor no interior sofre abandono”. Uma matéria publicada no segundo semestre de 2014 e que relatava todo o descaso com o monumento, que deveria ser um dos  maiores atrativos para visitantes e moradores da cidade.

  Muito tempo se passou e pouca coisa mudou. Pouco se explora o potencial turístico do lugar, que possui um vista panorâmica incrível e já foi o ponto de partida para praticantes de Voo Livre. Hoje, a rampa de decolagem encontra-se interditada, tomada pela vegetação e a promessa de revitalizá-la é só mais uma entre tantas que já foram feitas pela Prefeitura.

Em janeiro de 2016, a prefeitura Municipal de Itaperuna informou através de nota publicada em sua rede social, o desejo de fomentar o turismo naquele espaço. Quatro meses se foram e a única notícia relacionada ao lugar foi uma considerável apreensão de drogas no dia 25 de março deste ano, quando a Polícia Militar apreendeu 2.408 pinos de cocaína enterradas no “Morro do Cristo”, próximo ao monumento.

   Sem segurança, com placas de sinalização precárias durante todo o trajeto, sem um posto de informação turística ou banheiros públicos, o único atrativo que permite ao turista permanecer por mais tempo no local é um bar, que funciona em um quiosque no entorno do Cristo. Até o fechamento desta matéria, a única promessa que parece ter sido cumprida em cinco décadas, foi a do ex-­prefeito Claudão, que idealizou o monumento em retribuição ao milagre de ter seu filho curado.

O JBN quis saber a opinião dos moradores e visitantes sobre a situação atual do Cristo. Veja alguns depoimentos:

“Estive lá recentemente, vi que abriu um barzinho, cujo dono é super gente boa e trata os clientes muito bem. No verão estava ficando até bem movimentado, porém, a pista de voo está toda quebrada, até perigoso para crianças e curiosos. Não tem placas nem nada que dê informações aos turistas, não tem policiamento direto, apenas algumas viaturas passam por lá às vezes. As placas pelo caminho além de estarem bem apagadas, ainda passam informações falsas, tipo uma que diz: Cristo à 250 metros, quase 1 km antes dele.” – Ricardo Brito, 32 anos, Autônomo.

“O Cristo redentor de Itaperuna ficou conhecido por ser o segundo maior do país, mas infelizmente nem as autoridades nem os cidadãos itaperunenses dão importância para tal fato. Há anos o local encontra-se abandonado, sem cuidados e manutenções necessárias. Acho que as autoridades itaperunense deveriam chamar mais atenção da população para o monumento, fazendo com que se torne um local agradável, atrativo e que cative a população a fazer visitas mais frequentes e ter orgulho de levar os visitantes da cidade ate o tão conhecido Cristo de Itaperuna!” – Júlia Monteiro Barcellos, 32  anos, Nutricionista.

“Achei o Cristo de Itaperuna um local com grande potencial turístico, porque é um lugar agradável de onde se vê a cidade toda e onde pode-se sentir uma suave brisa, um alívio na cidade que é muito quente. Porém, falta estrutura como: guia turístico e informações sobre o monumento e a cidade. Também achei confuso o caminho, me perdi sem orientação e tive que me informar com moradores do local. Acho que a sinalização precisa melhorar.” – Meire Sanne Andrade, 32 anos, Universitária e turista mineira.

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Foto: Alô Rio de Janeiro.com

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Foto: Rodrigo Reis