Atropelamentos contribuem para expressiva perda da fauna no Estado do Rio de Janeiro.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), através da Gerência de Fauna, promoveu, nesta quinta-feira (23/06), em sua sede, no Centro do Rio, um encontro para debater o atropelamento de animais selvagens nas rodovias do Estado. O acontecimento vem contribuindo para a perda da biodiversidade, uma vez que muitas unidades de conservação são cortadas por vias expressas.
O secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, e o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Inea, Paulo Schiavo, estiveram presentes na abertura do encontro, que reuniu cerca de 70 pessoas entre pesquisadores de universidades, gestores de unidades de conservação, representantes da comissão de proteção e defesa dos animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ) e do Governo Federal, técnicos do Inea e policiais do Comando de Polícia Ambiental (CPAm):
“A proposta deste encontro é reunir pesquisadores, instituições de ensino e pesquisa, iniciativa privada e sociedade em geral, para estabelecer um nivelamento de informações sobre o tema”, destacou o secretário André Corrêa.
“A ideia do encontro foi estimular a discussão e conhecer as experiências de mitigação da perda da fauna por atropelamentos”, ressaltou o gerente de Fauna do Inea, Eduardo Lardosa.
O professor da Universidade Federal de Lavras (Minas Gerais), e Coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia nas Estradas, Alex Bager, estima em 400 milhões o número de animais silvestres atropelados por ano no Brasil. Ele aprovou a iniciativa do Governo do Estado do Rio de levantar a discussão:
“Discutir a perda da fauna por atropelamentos dentro de órgãos governamentais do Estado do Rio é muito importante porque é uma forma de gerar políticas públicas que nos ajudem a reduzir essa quadro. Hoje, estamos trazendo algumas experiências nesse sentido. O Estado de São Paulo, por exemplo, vem trabalhando na gestão das informações, agregando as concessionárias que operam as rodovias”, explicou ele.
O professor também destacou que a população pode colaborar através do aplicativo Sistema Urubu que foi criado para monitorar o lugar onde os animais silvestres são atropelados.
“A finalidade é transformar qualquer pessoa da sociedade em pesquisador cidadão. A pessoa faz download desse aplicativo e, quando encontrar um animal atropelado, deve fotografa-lo. A imagem vai para um banco de dados, com a identificação do tipo do animal e onde ele foi atropelado para, a partir daí, propor medidas de mitigação em qualquer lugar do país. Já temos 17 mil pessoas participando com o aplicativo”, disse Alex Bager.
A coordenadora de pesquisa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos/ Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Cecília Cronomberguer, falou sobre o Projeto Viva Fauna que se propõe a identificar e monitorar animais silvestres atropelados na BR116/RJ e os pontos com maior incidência.
Desta forma, buscam-se informações para embasar o planejamento e a execução de ações que ajudem na redução destas ocorrências, como por exemplo, a implantação de dispositivos que permitam a travessia segura dos animais. Outro desdobramento do projeto é resgatar espécies saudáveis em perigo ou feridas no entorno da rodovia. O Projeto Fauna Viva é realizado na BR-116/RJ, trecho Rio – Teresópolis – Além Paraíba, totalizando 142,5 quilômetros.
FONTE: Ascom
Fotos: Antonio Kämpffe