Nas últimas três semanas, entre os dias 17 de março e 06 de abril, houve uma queda de até 35% no movimento de pessoas nos supermercados, ao comparar a semana atual com as duas primeiras semanas do início do isolamento social
RIO DE JANEIRO, 08 DE ABRIL DE 2020 – Diante da pandemia do novo coronavírus, a Associação de Supermercado do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), espera queda de cerca de 15% nas vendas de produtos para a Páscoa, em relação ao ano passado.
A expectativa antes da pandemia era de um crescimento entre 6 e 10%, porém havia ainda um quadro de aumento considerável no câmbio, nem as definições de quarentena com fechamento de muitas lojas de varejo e redução de movimentação de indivíduos e logística de abastecimento.
As negociações de Páscoa costumam ser feitas pelas redes de supermercados no final do ano anterior e início do ano.
“O volume comprado por muitos pode ter sido maior do que será vendido nesta Páscoa, porém lembramos que a maior parte das redes de varejo que vendem esses produtos não estão abertas, ou seja, a compra irá se concentrar nos supermercados que estão fazendo um trabalho incansável para garantir todos os itens dessa época”, explica o presidente da ASSERJ, Fábio Queiróz.
Além dos chocolates e ovos de páscoa, normalmente estão entre os itens mais procurados nesta época os peixes congelados, azeites e o bacalhau. Neste ano os produtos de Páscoa devem ter uma queda de até 15% nas vendas.
Devido à baixa procura pelos ovos de chocolate, as indústrias fizeram a rebaixa no preço dos ovos de Páscoa duas semanas antes do feriado, o que é comum acontecer apenas na semana ou depois da data.
MOVIMENTO NA QUARENTENA
Nas últimas três semanas, entre os dias 17 de março e 06 de abril, houve uma queda de até 35% no movimento de pessoas nos supermercados, ao comparar a semana atual com as duas primeiras semanas do início do isolamento social.
Apesar da redução de clientes nas lojas, a ASSERJ registrou um pico de até 24% nas vendas em relação ao mesmo período do ano anterior em algumas redes associadas. O motivo foi a corrida aos supermercados, logo no início da quarentena. Para o mês de abril a tendência é de queda no movimento.
PERFIL DO CONSUMIDOR NA QUARENTENA
Entre os itens mais procurados pelos consumidores, estão os produtos da cesta básica e os de primeira necessidade, como: produtos de higiene e limpeza em geral, alimentos congelados, água mineral, papel higiênico, carne, arroz, óleo, açúcar e leite. “Percebemos que, neste período de pandemia, cada cliente compra, em média, de 9 a 11 itens, o que é considerado bem razoável no momento atual. É interessante ressaltar que o comportamento da população mudou. Antes, víamos famílias inteiras no supermercado. Agora, as compras são feitas por pessoas sozinhas, o que ajuda a evitar aglomerações, revela o presidente da ASSERJ, Fábio Queiróz. A Associação reforça que o abastecimento das mercadorias no Estado do Rio segue normal e, portanto, não é necessário estocar produtos.
NOVOS HÁBITOS
O delivery foi a alternativa de muitos consumidores. Uma das redes associadas registrou pico de até 400% nos pedidos de entrega nas últimas três semanas se comparada a semana anterior a quarentena. Lojas que já tinham o serviço de e-commerce consolidado identificaram aumento de mais de 110% (114%).
BOAS PRÁTICAS
A ASSERJ produziu uma cartilha com orientações focadas nos supermercados e consumidores do setor para que intensifiquem as boas práticas de higiene dentro das lojas e combatam a disseminação do novo coronavírus (Covid-19). Várias medidas de prevenção e higiene estão sendo adotadas pelos associados, além das práticas sugeridas pela Associação, algumas delas utilizadas internacionalmente, como a sinalização no piso para manutenção do afastamento das pessoas, álcool em gel na entrada das lojas, higienização dos carrinhos, suspensão dos serviços de degustação, entre outros. A Associação está também abastecendo diariamente os seus canais de comunicação, redes sociais e site, com boas práticas para a sociedade no geral. “Estamos também em contato constante com nossos fornecedores na CEASA para que todas as recomendações de higiene sejam seguidas nas etapas do abastecimento”, garante Fábio Queiróz.
SETOR SUPERMERCADISTA
Nas últimas três semanas a ASSERJ conseguiu vários alinhamentos com os órgãos competentes para a regulamentação do setor supermercadista do Rio de Janeiro, veja algumas:
– Em 20 de março foi publicada resolução suspendendo, por prazo indeterminado, as restrições de acesso e horários para que caminhões de carga e descarga circulem com mais fluidez e as lojas possam ser abastecidas com mais agilidade;
– No dia 20 de março foi publicado também o decreto que liberou a venda do álcool líquido 70% nos supermercados e determinou a venda a preço de custo do álcool em gel;
– No dia 25 de março foi anunciado Decreto Municipal que determina que o sistema de entrega domiciliar (delivery) dê preferência aos consumidores com idade igual ou superior a 60 anos nos estabelecimentos supermercadistas do Município do Rio de Janeiro durante o período de pandemia da COVID-19. Os supermercados devem fazer a entrega das mercadorias em até 48 horas da data da compra. Só se aplicam pedidos realizados exclusivamente por telefone ou WhatsApp, compras feitas pela internet não são válidas;
– Também no dia 25, foi publicado o decreto estadual que permitiu o funcionamento, em todo o Estado do Rio de Janeiro, de pequenos estabelecimentos que se destinam à venda de alimentos e bebidas, podendo utilizar o sistema de venda direta, sem permanência no local. A medida beneficiou estabelecimentos congêneres de alimentos que não estavam abarcados como essenciais por não se apresentarem na forma de mercados e supermercados;
– No dia 26 de março, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Emprego e Relações Internacionais (SEDEERI) junto ao Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro – DETRO, os associados conseguiram autorização de trânsito livre dos automóveis fretados, tais como: vans, micro-ônibus e ônibus; para a condução de colaboradores entre a cidade do Rio de Janeiro e os demais municípios do Estado, incluindo os da Região Metropolitana;
– Por meio de parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (SEAPPA), pequenos produtores rurais já disponibilizam seus produtos nos supermercados. O objetivo é colaborar com o escoamento da produção durante a pandemia do coronavírus. Para disponibilizar seus produtos para as grandes redes, os agricultores precisam seguir alguns critérios como ofertar rastreabilidade, disponibilizar código de barras, documentação, entre outros parâmetros. A SEAPPA está apoiando e agilizando estes processos para os agricultores selecionados, além de fazer a ponte com a ASSERJ e as redes de supermercado.
“Essa é uma parceria importantíssima para que os pequenos produtores continuem suas produções e a população seja abastecida de produtos diferenciados e com qualidade. A associação está muito satisfeita com mais essa conquista que é benéfica para todos”, conta o presidente da ASSERJ, Fábio Queiróz.
Sobre a ASSERJ
Criada em 1969, a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro tem como objetivo unir, servir e representar o segmento supermercadista nos cenários político, econômico e social, promovendo a interação entre os players e o desenvolvimento da qualidade da gestão. Hoje comandada pelo executivo Fábio Queiróz, eleito presidente em 2015, a ASSERJ representa os interesses de quase 400 grupos supermercadistas do Estado do Rio de Janeiro e oferece a seus associados diversos benefícios, como cursos de aperfeiçoamento, palestras, consultoria e assessoria na área jurídica. Mais informações em http://www.asserj.com.br.
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