Empresários do Noroeste do RJ se reuniram, na última segunda-feira (13/03), na sede da Representação Regional da FIRJAN, em Itaperuna, com representantes da empresa Enel, responsável pelo fornecimento de energia na região. No encontro foram discutidos os problemas enfrentados pelas indústrias em relação ao serviço prestado pela concessionária, que apresentou os investimentos previstos e realizados pela empresa.
Desde o final do ano passado, a Ampla passou a se chamar Enel e tem se reunido com representantes do setor industrial no Norte e Noroeste do estado para discutir as principais demandas. Já houve o mesmo encontro em Campos e Macaé. A melhoria no fornecimento de energia no Noroeste é um pleito antigo dos empresários. A necessidade de garantir à indústria acesso à energia de qualidade faz parte da Agenda Regional do Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro 2016/2025, elaborado pelos empresários fluminenses e lançada em Julho.
Segundo o presidente do Sindicato de Extração e Aparelhamento de Gnaisses no NE-RJ, as indústrias de extração de pedras têm sofrido muito com os constantes oscilações de energia. “A falha constante no fornecimento prejudica muito nossa produção e quando tentamos informar nosso problema à concessionária enfrentamos grande problema de comunicação com os setores responsáveis”, disse Marco Antônio de Sousa
O setor de laticínios também tem tido prejuízos com o mesmo problema. “Temos sofrido oscilações constantes de energia em nossa fábrica e os equipamentos levam até 6 horas para serem religados, o que nos leva, muitas vezes, a perder nossa matéria prima”, afirmou Luiz Eduardo Araújo, representante da Cooperativa Agrícola Vale do Itabapoana.
Outro problema é o custo médio da energia para as indústrias fluminenses, que chega a ser 24,8% superior à média nacional. Os dados são da publicação “Quanto custa a energia elétrica para a pequena e média indústria no Brasil?”, da FIRJAN. O estudo atualizado periodicamente, com base em informações oficiais, mostra que a tarifa média da indústria do estado com tributos é a mais elevada entre as 27 unidades da federação: R$ 628,83/MWh.
O gerente responsável pelo setor de grandes clientes da Enel, Nelson Assunção, informou que todas questões serão analisados pela empresa: “Estaremos sempre abertos ao diálogo para melhorar a comunicação e trazer soluções para as empresas, tão importantes para fomentar o desenvolvimento da região”.
As equipes comercial e técnica da Enel, que está presente em 18 estados brasileiros, também mostraram que, nos próximos três anos, a empresa pretende investir 3,2 bilhões de euros no Brasil. Segundo os técnicos, em 2016, a empresa aumentou o volume de investimentos no RJ em 14,5%.
Segundo os especialistas da Enel, a duração e a frequência das falhas no fornecimento foram reduzidas no ano passado. O período médio em que os clientes da região ficaram sem energia foi 13% menor que em 2015 e a frequência com que houve falta de fornecimento foi reduzida em 25%. A equipe mostrou os investimentos já realizados e os que serão implantados até setembro, como equipamentos que permitem operações à distância, novas redes e aparelhos para estabilizar a tensão.
Para o presidente da Representação Regional FIRJAN/CIRJ no Noroeste Fluminense, José Magno Hoffman, o encontro foi mais um passo em busca de soluções: “Entendemos que o fato de a empresa vir até aqui e nos ouvir já demonstra uma postura mais propositiva e resolutiva. O encontro foi importante para conhecermos e entendermos melhor o processo do fornecimento de energia em nossa região”.
FIRJAN