Segundo levantamento publicado pelo Jornal O Globo nesta segunda-feira (19), um terço dos eleitos à Alerj ( Assembleia Legislativa do Rio ), tem contas a prestar à Justiça. De acordo com a matéria, 24 deputados — 34% dos 70 eleitos — têm pendências judiciais.
Entre os deputados citados na reportagem, está o deputado eleito Jair Bittencourt (PR), ex-prefeito de Itaperuna, que acumula condenações a pagar com multas que chegam a R$ 70 mil por irregularidades em sua gestão. As falhas incluem admissões de funcionários temporários sem justificativa; irregularidades em contratos com fornecedores e pagamento de subvenções sociais indevidas.
Há também casos de eleitos acusados de homicídio e compra de votos. Reeleito com 28.777 votos para o quarto mandato na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) a partir de 2015, o deputado Marcos Abrahão (PTdoB) é réu há 11 anos de um processo por homicídio qualificado. Em 2003, então suplente, Abrahão foi acusado de ser o mandante da morte do ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Renato de Jesus, para ficar com a vaga.
Algumas ações são recentes. Em 20 de maio deste ano, o MP entrou com ação por improbidade contra o deputado reeleito Christino Áureo (PSD), ex-secretário estadual de Agricultura e Pecuária. Ele foi acusado de recrutar quatro funcionários da secretaria para trabalhar numa instituição dirigida pela ex-mulher, além de ficar com parte dos salários dos colaboradores. Thiago Pampolha (PTC) é citado num processo em Juizado Especial Criminal (Jecrim) por irregularidades no funcionamento de um posto de gasolina de propriedade da família, enquanto Rozenverg Reis (PDMB) responde por crime ambiental.
No levantamento realizado pelo jornal, não estão inclusos processos relativos à Justiça Eleitoral. É possível que algum parlamentar não tenha sido identificado em casos onde foi decretado sigilo de Justiça. Boa parte dos deputados citados foi procurada por intermédio de assessores, partidos e redes sociais. Alguns, porém, não foram localizados. O único a retornar o pedido de entrevista foi Átila Nunes (PSL), acusado de enriquecimento ilícito e que disse que irá provar sua inocência.
Fonte: O Globo