Os inibidores da bomba de prótons (IBP: Pantoprazol, Lanzoprazol, Omeprazol e outros) são uma das classes de medicamentos mais prescritas no mundo para tratar de distúrbios gastrointestinais, como acidez estomacal, gastrite, úlcera e refluxo. No entanto, um artigo publicado neste ano, no Journal of the American Society of Nephrology, revelou que a ingestão frequente dessas substâncias pode elevar 28% mais chances de o usuário desenvolver doença renal crônica e 96% a mais de risco no desenvolvimento da insuficiência renal.

“O paciente precisa seguir, rigorosamente, a orientação médica sobre o uso desses inibidores, e de qualquer outro medicamento, inclusive quando deve interrompê-lo para não prejudicar o funcionamento de outros órgãos como os rins, por exemplo, que são os responsáveis por limpar o corpo e as impurezas do organismo. Um mau funcionamento deste órgão causa doença renal crônica, ocasionando uma dependência de terapia dialítica ou realização de transplante renal”, alerta a médica nefrologista da Clínica de Doenças Renais de Brasília, Dra. Maria Letícia Cascelli.

Após cinco anos de análise, os cientistas da Universidade de Washington, responsáveis pelo estudo, constataram que os usuários frequentes de inibidores de prótons eram mais propensos a apresentar o declínio da função renal do que aqueles que usavam uma classe alternativa de medicamento usada para suprimir o ácido clorídrico do estômago – os bloqueadores dos receptores H2 da histamina (Cimetidine, Ranitidine, Famotidine, etc). Os resultados, segundo eles, enfatizam a importância de limitar o uso de IBP para somente quando necessário, além de diminuir a duração da utilização ao menor período de tempo possível.

 

Com informações: Journal of the American Society of Nephrology