Especialista faz alerta para a saúde feminina e aborda como problemas vaginais não devem ser tratados com tabu
- Falta de conhecimento e constragimento são as principais causas da negligência com a saúde feminina;
- Falar abertamente sobre sintomas ajuda no diagnóstico e melhora a qualidade de vida;
São Paulo, março de 2022 — Secura, queimação, coceira, desconforto, dor e sangramento durante relações sexuais. Esses são os sintomas da atrofia vaginal, também conhecida como vaginite atrófica – resultado da falta de produção de estrogênio (hormônio feminino), que causa o afinamento e a inflamação das paredes vaginais. É uma condição comum que afeta, no Brasil, aproximadamente 56%[1] das mulheres na pós-menopausa, período após a interrupção natural da menstruação.
A boa notícia é que existe tratamento, e quanto mais cedo é feito o diagnóstico, melhores são os resultados. A notícia preocupante é que muitas mulheres desconhecem a condição e ainda optam por não falar sobre os sintomas, sofrendo silenciosamente e, consequentemente, perdendo a qualidade de vida.
Assim como a menstruação, a pós-menopausa é um processo natural de envelhecimento do corpo e apesar de ser inevitável, as mudanças que a acompanham não devem interferir na autoestima e qualidade de vida das mulheres. Para isso, o acompanhamento de um profissional de saúde é imprescindível. “O diálogo entre a paciente e o médico é essencial. É preciso relatar qualquer evento ou mudança sentida, de normal a anormal, para ajudar no diagnóstico da condição, que é constada por meio de análise clínica e exames vaginais. É notável o número de mulheres que não percebem que esse problema está relacionado a menopausa ou a falta dos hormônios femininos, e não reportam ao médico” reforça o ginecologista Luciano Pompei.
Os diversos tratamentos existentes ajudam a devolver a segurança, confiança e autoestima das mulheres. Entre eles, lubrificantes vaginais sem ingredientes hormonais ativos, hormônios na forma de creme vaginal ou óvulos e comprimido de estradiol, lançado recentemente. Administrado via intravaginal, a terapia proporciona uma liberação gradual e controlada da substância (um tipo de estrogênio que o corpo produz) nas células da mucosa vaginal. “A facilidade da resolução do problema deve servir de incentivo quanto ao diálogo entre as mulheres. Negligenciar a saúde vaginal pode causar traumas tanto físicos, quanto psicológicos”, finaliza Pompei.
Saiba mais sobre a menopausa e a pós menopausa: a menopausa é o nome dado à última menstruação, que, geralmente, acontece entre 45 e 55 anos, marcando o fim da fase reprodutiva da vida da mulher. É quando os hormônios femininos (estrogênio e progesterona) deixam de ser produzidos pelos ovários. Com isso, a mulher entra numa nova fase: a pós-menopausa. Alguns sintomas são característicos nesse período, entre eles, ondas de calor, fadiga, depressão, dor de cabeça, irritabilidade, suores, palpitações, doença cardiovascular, perda óssea, infecções do trato urinário e atrofia vaginal.
[1] Pedro, Adriana Orcesi et al. Idade de ocorrência da menopausa natural em mulheres brasileiras: resultados de um inquérito populacional domiciliar. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2003, v. 19, n. 1 [Acessado 7 de março de 2022], pp. 17-25. Disponível em: <site>