Bloqueio atmosférico é rompido e Brasil volta a esfriar

Bloqueios atmosféricos de inverno são comuns e em geral são rompidos com uma frente fria muito forte ou em parcelas, com várias frentes frias seguidas em poucos dias. É isso que deve ocorrer nos próximos dias na América do Sul. Uma grande mudança na circulação dos ventos, em diversos níveis da atmosfera, vai permitir que várias frentes frias avancem novamente para o Brasil rompendo bloqueio do ar seco e trazendo um pouco de chuva e o ar frio de origem polar para o país.

A primeira quinzena de julho de 2021 foi marcada por um bloqueio atmosférico causado por um grande sistema de alta pressão atmosférica. Além de inibir o crescimento de nuvens e de deixar, este sistema manteve as noites frias e deixou o ar muito seco em grande parte do Brasil.

Acompanhe as expectativas sobre efeitos destas frentes frias no Brasil no decorrer da segunda quinzena de julho de 2021. Mas atenção: a passagem destas frentes frias não vai provocar chuva duradoura e generalizada.

Frente fria 1

O sistema foi fraco e passou pelo litoral do Rio Grande do Sul no dia 14 de julho, provocando principalmente o aumento da nebulosidade sobre a Região Sul, mas pouca chuva e apenas no Rio Grande do Sul. Porém, começou a abrir o caminho para o desenvolvimento de áreas de baixa pressões atmosféricas, que originaram a segunda frente fria

Frente fria 2

A frente fria 2 se organiza no dia 15 de julho de 2021 entre o Brasil, o Paraguai e a Argentina, associada a um ciclone extratropical que também se forma no litoral gaúcho.

Esta frente fria tem pouco ar polar e consegue avançar até o Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul do Rio De Janeiro principalmente com aumento da nebulosidade, mas pouca chuva nestes estados.

A chuva desta frente fria cai quase toda sobre o Sul do Brasil. O Mato Grosso do Sul tem algumas pancadas de chuva nos dias 15 e 16 de julho, alguma chuva ocorre no oeste e sul de São Paulo e no litoral paulista no dia 16 de julho. A Grande São Paulo sente a queda da temperatura e o aumento da nebulosidade, mas só deve ter chuviscos.

No Rio de Janeiro há chance de alguma chuva na região de Angra dos Reis/Paraty. o Grande Rio tem aumento de nebulosidade e sente a queda da temperatura na sexta-feira, 17, mas de forma suave, e poderá ter chuviscos.

Esta frente fria não causa mudanças no tempo no Espírito Santo e nem em Minas Gerais. No Centro-Oeste, apenas o Mato Grosso sente algum efeito. Calor e ar muito seco predominam em Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal.

Não há expectativa de mudanças no tempo no Norte do Brasil por causa da frente fria 2.

Frente fria 3 – bloqueio rompido totalmente

A frente fria 3 avança muito rapidamente sobre o Brasil, impulsionada por massa de ar frio de origem polar de forte intensidade, mas menos intensa do que aquela da virada de junho para julho.

O sistema traz pouca chuva, mas muito frio e rompe de vez o bloqueio atmosférico. O ar frio de origem polar vai se espalhar forte por toda a Região Sul do Brasil, avança sobre o Sudeste e o Centro-Oeste e chega a Rondônia e Acre. Esta frente fria consegue alcançar o sul da Bahia.

Pouca chuva está prevista na passagem desta frente fria. No dia 17 de julho, pequenas áreas no leste de Santa Catarina, leste e norte do Paraná, oeste e sul de São Paulo devem ter alguma chuva. No dia 18, chove um pouco no litoral de São Paulo, no Rio de Janeiro, na Zona da Mata Mineira e no sul do Espírito Santo. No dia 19 de julho, tem previsão de chuva para áreas do estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo e volta a chover no sul da Bahia, com a chegada da frente fria.

Frente fria 4

Para fechar o mês de julho gorro e cachecol, ainda tem uma frente fria prevista para avançar sobre o Brasil a partir do dia 24 de julho. É possível que ocorra uma nova frontogênese e ciclogênese entre os dias 26 e 27 de julho, mas de qualquer forma, muito provavelmente teremos a chuva se espalhando novamente em várias áreas do Sudeste e do Centro-Oeste, e não apenas São Paulo e Mato Grosso do Sul, nos últimos dias de julho de 2021.

Outra expectativa muito importante é que a massa de ar polar que chega ao Brasil a partir do dia 24 de julho será muito forte e o vento gelado vai varrer novamente o país, de sul a norte, fazendo julho de 2021 terminar parecido com o fim de junho

Geada

A frente fria que atua entre 17 e 19 de julho e a esperada para o dia 24 de julho em diante (a mais forte), terão massas de ar frio de origem polar e deslocamento sobre o Brasil que vão permitir a ocorrência de geada novamente no país. No dia 19 de julho, por exemplo, já tem previsão de geada para os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Mas a frente fria que avança sobre o Brasil a partir de 24 de julho tem grande potencial para provocar geada ampla na Região Sul do Brasil e novamente e nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, mas sem descartar a chance de geada no Sul de Minas e talvez alguns locais do sul do Rio de Janeiro.

Neve

A chance de neve novamente no Sul do Brasil volta a ser considerada com a frente fria a partir de 24 de julho. Porém, ainda não é possível fazer um prognóstico mais detalhado sobre dias e locais da ocorrência de neve e outras precipitações de inverno

Como será o frio na segunda quinzena de julho?

As imagens abaixo representam a simulação do deslocamento do ar frio de origem polar sobre a América do Sul entre os dias 15 e 29 de julho de 2021, de acordo com o modelo atmosférico WFR. Os tons de azul representam o ar frio. Quando mais escuro for o azul, até se aproximando do roxo, mais intenso é o frio.

Previsão do deslocamento do ar frio de origem polar sobre a América do Sul entre os dias 15 e 29 de julho de 2021, de acordo com o modelo WRF

Sobre a Climatempo

Com solidez de 30 anos de mercado e fornecendo assessoria meteorológica de qualidade para segmentos estratégicos, a Climatempo é sinônimo de inovação. Foi a primeira empresa privada a oferecer análises customizadas para diversos setores do mercado, boletins informativos para meios de comunicação, canal 24 horas nas principais operadoras de TV por assinatura e posicionamento digital consolidado com website e aplicativos, que juntos somam 20 milhões de usuários mensais.

Em 2015, investiu na instalação do LABS Climatempo, no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), que atua na pesquisa e desenvolvimento de soluções para tempo severo, energias renováveis (eólica e solar), hidrologia, comercialização e geração de energia, navegação interior, oceanografia e cidades inteligentes. Em 2019, a Climatempo passou a fazer parte do grupo norueguês StormGeo, líder global em inteligência meteorológica e soluções para suporte à decisão, e dois anos depois, em 2021, uniu-se à Somar Meteorologia, formando a maior companhia do setor na América do Sul. A fusão das duas empresas impulsiona a Climatempo a ser protagonista global de fornecimento de dados e soluções para os setores produtivos do Brasil e demais países da América Latina, com capacidade de oferecer informações precisas de forma mais ágil e robusta.

O Grupo Climatempo segue presidido pelo meteorologista Carlos Magno que, com mais de 35 anos de carreira, foi um dos primeiros comunicadores da profissão no país.