Países privilegiam avaliações educacionais mesmo com pandemia, mostra levantamento internacional

O estudo com 23 países foi realizado pela organização Vozes da Educação, com apoio da Fundação Lemann;

Em 2021, 17 dos 23 países analisados fizeram ou devem fazer suas avaliações nacionais em larga escala, demonstrando a importância da análise de dados para a tomada de decisões na área educacional;

Manutenção das avaliações foi essencial para mensurar desafios e identificar defasagem de aprendizagem dos alunos.

Junho de 2021 – A pedido da Fundação Lemann, a organização Vozes da Educação realizou um levantamento internacional sobre a situação das avaliações educacionais em 23 países do mundo, com o objetivo de qualificar o debate público e analisar como outras nações se comportam em relação ao tema, diante de um cenário ainda de pandemia. A análise mostrou que, mesmo com a pandemia, avaliar e ter informações sobre a situação educacional dos estudantes continua a ser uma estratégia fundamental dos países analisados para planejar, com base em evidências, a recuperação da defasagem escolar causada pelo contexto da Covid-19.

Dos 23 países analisados, 17 já fizeram ou devem fazer suas avaliações nacionais em larga escala em 2021. Dos seis países que ficaram de fora, apenas três anunciaram que não irão realizá-las; os outros três adaptaram a avaliação ou deixaram a cargo dos estados a opção de participação. Em 2020, 11 dos 23 países que fizeram parte do levantamento realizaram avaliações nacionais em larga escala.

O estudo mostrou que a grande maioria dos países analisados tem priorizado as avaliações, preocupada em obter informações sobre a situação do ensino remoto, perdas de aprendizagem durante o tempo em que as escolas permaneceram fechadas e identificar dificuldades em aprendizagens focais, para que, desta forma, possa planejar o trabalho pedagógico e as políticas públicas. A retomada, porém, é realizada com algumas adaptações, de escopo e formato, por causa do contexto de pandemia. Foi possível observar, por exemplo, que muitas avaliações tiveram seus formatos revistos, com alterações de escopo, tempo de duração das provas, cálculo da amostra ou mesmo com a substituição por outros instrumentos de avaliação (como fazer avaliação por questionário, ou trocar a somativa pela diagnóstica, entre outros), como foram os casos da Colômbia, Estados Unidos, Irlanda, Polônia e Rússia.

 

“Estes aprendizados servem para que lideranças educacionais brasileiras se inspirem e vejam como outros países se comportaram no contexto da pandemia. Vimos que a manutenção das avaliações foi essencial para que os países pudessem compreender o tamanho de seus desafios, sobretudo na defasagem de aprendizagem. Acreditamos que esse trabalho pode mostrar para as redes a importância de se investir em avaliações educacionais, mesmo no contexto emergencial que estamos vivendo”, diz Carolina Campos, diretora-executiva do Vozes da Educação.

Para Daniel de Bonis, diretor de políticas educacionais da Fundação Lemann, o estudo mostrou a importância da avaliação, mesmo durante a pandemia. “O movimento majoritário é retomar as avaliações educacionais no mundo. Não temos como dar conta dos prejuízos que a pandemia causou à educação sem uma visão do que está acontecendo com nossos estudantes”, diz. “No Brasil, além do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica), será importante apoiar as escolas em atividades diagnósticas, que dêem retornos rápidos aos professores sobre o que precisa ser trabalhado com cada aluno”, completou Bonis.

Sobre a Fundação Lemann

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Sobre a Vozes da Educação

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