Depois de decretar estado de calamidade pública nas contas do Rio de Janeiro, o governador em exercício, Francisco Dornelles, determinou o cancelamento de uma licitação para compra de alimentos que seria realizada nesta terça-feira (21), e que seriam usados na cozinha do Palácio Guanabara. Dornelles ordenou o cancelamento da compra depois que a existência da licitação foi revelada nesta segunda-feira (20) pela rádio CBN.

Ao todos, seriam gastos cerca de R$ 361 mil em compras onde estavam listados iguarias de luxo como frutas importadas, arroz dos tipos arbóreo, negro e selvagem e cortes nobres de carne, além de salmão, robalo e dourado. Somente com framboesa, o gasto seria equivalente a R$ 9 mil.

No edital publicado no último dia 8 de junho, também estavam previstas a compra de seis mil cápsulas de café expresso, orçadas em quase R$ 51 mil, mas o item foi removido da lista de compras, bem como dez quilos de de damascos secos e 65 kg de uva passa branca. Se mantidos, esses itens elevariam o valor total da licitação para R$ 416 mil.

A previsão de gastos com proteína animal era de, aproximadamente, R$ 32 mil. Cortes como alcatra, contrafilé, filé mignon, picanha e lagarto redondo somariam juntos 950 quilos de cortes. Com 350 kg de frango, o palácio gastaria R$ 3,6 mil, mais R$ 6 mil por 375 kg de bacon e linguiças e outros R$ 33 mil por 605 quilos de dourado, linguado, salmão, cherne, robalo e congro rosa.

Os preços de cada item do edital são estimados pela Secretaria da Casa Civil, responsável pela licitação, que fixou em R$ 82 o valor do quilo de filé de cherne, R$ 140 por um quilo de framboesa e R$ 168 o quilo de mirtilo – identificado na listagem pelo nome em inglês, blueberry.