Segundo informações da polícia, quatro adolescentes, com idades entre 14 e 16 anos, foram apreendidos na manhã desta segunda-feira (24) por suspeita de participação nos casos de estupro coletivo no Colégio Estadual Padre Mello, em Bom Jesus do Itabapoana. Um jovem apontado pela vítima como seu namorado é alvo de um dos mandados de busca e apreensão, mas não foi encontrado.

A menina de 13 anos que denunciou os casos de violência sexual contou ao Fantástico deste domingo (23) detalhes sobre o caso e disse que não pretende voltar à escola.

“Eu ‘tava’ com meu namorado, aí ele me chamou pra ir na quadra. Eu topei, pensei que era só com ele. Sei lá, eu acho que ele bolou um plano, não sei. Aí tinha um monte de menino lá. Eu falei ‘pra que um monte de menino?’. Ele não quis responder. Aí, os meninos me ameaçaram, falaram que eu tinha que fazer com eles. Eu vou trocar de escola. Onde eu passo, todo mundo fica falando, comentando. Eu tava falando com a minha avó assim: ‘Eu nem quero estudar mais’. Minha vó me falou ‘Não, minha filha, você tem que continuar pra ser alguém na vida’”, declarou.

A secretaria de Estado de Educação informou que afastou o diretor do colégio e abriu sindicância para apurar o caso. A Polícia Civil tomou conhecimento pelo Conselho Tutelar após denúncia de uma amiga da escola – por isso, também investiga a escola que, mesmo sabendo do caso, não procurou a polícia.

O pai da menina espera que seja feita justiça em relação ao caso.

“Ela falou assim: ó, papai, não podia acontecer isso, mas os meninos ‘forçou’ (sic) eu e levou pra lá. Um foi comigo, chegou lá não tive como sair depressa porque o portão tava fechado. Aí, obrigou a ficar com os outros cinco. Eu espero que a Justiça resolva isso, porque eu mesmo não posso fazer nada. Eu acho que eles têm que ser punidos, porque se eu ficasse quieto, talvez, isso iria continuar”, declarou.
O Ministério Público afirma que os casos de violência sexual ocorriam constantemente.

“A vítima relata que foi submetida a uma série de atos de constrangimentos e a todo um processo de escravização sexual. Os fatos ocorreram ao longo de 45 dias entre os meses de maio e junho deste ano. Dois episódios na quadra envolvendo uma série de adolescentes. O terceiro episódio ela diz que não pôde nem contar quantos eram, mas que eram pelo menos 15. E o último episódio teria ocorrido dentro da sala de aula envolvendo dois adolescentes praticando o ato sexual com ela e mais dois que seriam responsáveis pela vigilância para que ninguém se aproximasse”, diz a promotora Olivia Motta Venâncio Rebouças.

A adolescente é acompanhada pelo Conselho Tutelar e vai passar por tratamento médico e psicológico. Se comprovada a participação dos adolescentes, segundo a polícia, a pena pode chegar a três anos em casa de acolhimento.

Da redação do JBN – Com informações do G1 Norte Fluminense e Região