Boa Comunicação Para Solução de Problemas

Por Leandro B. Levone (*)

Não importa se ela é entre pais e filhos, marido e mulher, amigos, colegas de trabalho ou chefe e subordinado. As falhas e os problemas nas comunicações ocorrem em todo tipo de conversa e em todos os lugares do mundo.

E porque isso é importante? Porque, de acordo com inúmeros estudos uma das condições que mais afetam a felicidade das pessoas é a qualidade e quantidade de seus relacionamentos.

E como os psicólogos Shane Frederick, do MIT e George Loewenstein, de Yale, demonstraram em seu estudo intitulado “Adaptação Hedônica”, embora o ser humano se adapte a muita coisa, ele não consegue se adaptar ao conflito interpessoal. Ou seja, aquele conflito crônico com seu parceiro/parceira, chefe ou colega de trabalho será uma de suas principais fontes de infelicidade. Mesmo quando você não estiver junto com aquela pessoa, este conflito continuará presente nos seus pensamentos, enquanto você repassa e reflete sobre a última discussão ou o último problema. E tudo isso pode partir da comunicação feita de maneira errada, pois ela pode levar a rompimentos, brigas, discussões em série e toda sorte de problemas interpessoais.

Conflitos estes que, muitas vezes, poderiam ser evitados tomando algumas precauções simples.

Para começar a pensar sobre o assunto, vamos nos ater a apenas três pontos que são de extrema importância para a boa comunicação:

– Comunicação não é o que você quer dizer e sim o que a outra pessoa entende;

– A importância da auto-análise e da análise da outra parte para a comunicação;

– Poucos de nós ouvimos, de verdade, o outro lado.

Esses três pontos colocam o dedo em alguns dos principais problemas de comunicação. Um caso clássico que é muito repetido e serve de bom exemplo é do pai que fala para a filha parar de fumar. O pai acha que está falando sobre a saúde da filha, sobre as conseqüências futuras daquele hábito, enquanto a filha escuta um argumento sobre a limitação da sua liberdade e das suas escolhas ou uma afronta a sua rebeldia, por exemplo. O resultado todos sabem qual é.

Por isso que, em qualquer comunicação é preciso ter muito cuidado não só em como se vai dizer algo, mas também em saber como a outra pessoa entende o que você está dizendo, quais os pontos de vista e interpretações que estão sendo utilizados para julgar sua mensagem. E, por mais que você ache que a outra pessoa está entendendo exatamente o que você está falando, a realidade pode ser bem diferente.

Tão importante quanto o tema ou assunto é a maneira de falar, o jeito, as palavras utilizadas, o olhar, a postura de corpo. De fato, muitos dos problemas de relacionamento no trabalho são produtos diretos da forma de falar, da forma de dizer e não do tema que está em discussão.

Um dedo em riste, um tom de voz mais elevado, um olhar arrogante, um cumprimento displicente podem dizer mais do que mil palavras. Para viver em sociedade, é preciso aprender certas normas de convívio social que incluem a comunicação não-verbal.

Também é preciso aprender como dizer o que tiver que ser dito, sem ofender o interlocutor pela forma rude de falar.

Passamos muitas horas do dia trabalhando e a deterioração do ambiente de trabalho está, muitas vezes, ligada à forma como as pessoas se comunicam. Pessoas que não aprenderam a se comunicar de forma civilizada, geram barreiras emocionais nas outras pessoas que procuram evitá-las trazendo prejuízos para empresas e clientes.

Lembro-me de um chefe totalmente inábil em chamar a atenção de seus subordinados. Em vez de resolver o problema ele criava mais problemas, pois a sua forma de chamar a atenção gerava uma reação emocional de todo o grupo que acabava se tornando solidário ao colega, apesar de concordar que o erro em questão merecia uma punição. Os colegas se revoltavam pela forma e pela maneira e não pela punição dada ao colega.

Da mesma forma tive um colega de trabalho totalmente inábil ao se comunicar com nosso chefe. Todas as vezes que ele se dirigia ao chefe para fazer uma solicitação ou comentário, o chefe se ofendia e ficava irritado. As mesmas solicitações e comentários feitos por outros colegas não irritavam o nosso chefe. Nosso colega dizia que o chefe não gostava dele. Essa não era a realidade. A verdade é que ele usava palavras erradas e tinha uma forma agressiva e irônica de falar. Quando discutimos o assunto com nosso colega e sugerimos que ele mudasse sua forma de se comunicar, os problemas deixaram de existir.

No campo profissional, o domínio da comunicação eficaz é ponto de destaque. O colaborador que desenvolveu essa técnica conseguirá transmitir suas ideias mais claramente e, quando preciso, saberá argumentar com seus clientes e chefes para manter ou estruturar um novo projeto. Além disso, se for um líder, saberá guiar a equipe expondo seus pensamentos e projeções de forma produtiva.

Durante o diálogo ou apresentação, preste atenção nos ouvintes: se eles parecerem dispersos, talvez sua linguagem, como escrito anteriormente, não esteja adequada ao público.

Aproveite também para cuidar da linguagem corporal, olhar para baixo, fugir os olhos dos receptores e braços cruzados passam a sensação de submissão e resistência.

Estar à vontade nos momentos de contato com a equipe, com clientes ou ainda em um discurso, cativa os ouvintes, que sentem confiança nas informações que estão sendo transmitidas. Porém, é importante alertar: a descontração do emissor não é sinônimo de falta de preparo e, sim, apenas, que a habilidade de “comunicar-se bem” está desenvolvida nesse indivíduo.

Nesta semana faça uma auto-análise da forma como você se comunica. Analise na sua empresa se muitos dos problemas que ocorrem não são produtos da forma, da maneira, do jeito como as pessoas se comunicam.

Fica a Dica: Uma Boa Comunicação Resolve Muitos Problemas!

Vamos refletir sobre isso!!!

(*) Professor, Administrador, CEO do Centro de Ensino Vértice Sudeste, da Conexão Consultoria, Auditoria e Treinamentos e da Academia da Gestão Pública, Diretor/Mantenedor de Polos da Universidade Estácio, Coach de Carreiras, Membro da Sociedade Brasileira de Coaching com Especialização Certificada pela Universidade de Harvard nos EUA, Membro da ABMEN – Associação Brasileira dos Mentores de Negócios, Coordenador de de MBA em Gestão Pública, Palestrante, Consultor de Negócios e Consultor Governamental, com Mestrado em Economia Empresarial pela UCAM, e Mestrado em Gestão Regional e Planejamento de Cidades pela UCAM, Mestrando em Negócios Internacionais pela Universidade do Estado da Flórida, sendo aprovado em primeiro lugar em todo o Brasil para cursar este programa de Mestrado, Pós-graduado em Gestão e Desenvolvimento Empresarial pela UFRJ, especialista – pós-graduado em Direito Público pelo IDP – Instituto Brasiliense de Direito Público, pós-graduado – MBA Executivo Internacional em Gestão de Projetos na Fundação Getúlio Vargas e pós-graduado em Teologia Internacional.
Foi Secretário Municipal de Administração do Município de Natividade de dezembro de 2005 a julho de 2010, ano em que se tornou Secretário Municipal de Administração, Fazenda e Planejamento em Natividade onde permaneceu até maio de 2015, com ampla experiência no desenvolvimento de projetos e soluções públicas e privadas, com caráter visionário relacionado ao uso e importância da inovação disruptiva, e é Professor convidado nos cursos de Pós-graduação Lato Sensu – MBA da FACC-UFRJ (Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio de Janeiro), desde 2009.