Hoje é comemorado o Dia Mundial Sem Tabaco e a questão chama atenção para os riscos à saúde e políticas eficazes para reduzir o consumo de derivados do tabaco.
Nos últimos anos, mais brasileiros se conscientizaram sobre esses riscos e pararam de fumar. Itaperuna está na contramão. O número de fumantes que passam por tratamento trimestral, através da secretaria municipal de saúde, não sai dos cerca de 45 pacientes. De acordo com Neide Novaes, agente da Vigilância Epidemiológica e responsável pelo projeto, a “Secretaria Municipal não pode tratar todos de uma só vez por norma do Ministério da Saúde e da Secretaria do Estado, que orienta que o atendimento seja feito por grupo, baseado em um média por número de habitante”. Em todo o ano passado, mais de 100 pessoas fizeram o cadastro e ficaram na fila de espera para ingressar no tratamento.
O Programa de Combate ao Tabagismo foi implantado na cidade em abril de 2015 e, de acordo com Neide, já vem apresentando resultados positivos, com um número crescente e considerável de recuperação de pacientes que abandonaram o cigarro, mas o números exatos não foram informados. O programa inclui tratamento com adesivos, medicamentos, acompanhamento psicológico e palestras e favorece não só o paciente, que passa a ter uma qualidade melhor de vida, mas também possui reflexos positivos na Saúde Pública, já que a prevenção das doenças causadas pelo vício do cigarro, reduz consideravelmente o número de internações e tratamentos de câncer, como o de pulmão, que são tratamentos delicados e dolorosos para o paciente e possuem um custo alto para a Saúde do município.
Pesquisas revelam que atualmente no Brasil cerca de 10% dos fumantes da população adulta é fumante, o que corresponde a cerca de 25 milhões de pessoas. Na década de 80, cerca de 35% da população brasileira era fumante, o que mostra a queda progressiva da prevalência nos últimos anos.
As principais doenças provocadas pelo cigarro se dividem entre câncer (pulmão é o mais frequente, porém tabagismo está relacionado a câncer de boca, laringe, estômago, bexiga, entre outros); doenças cardiovasculares (tabagismo aumenta o risco de infarto do coração, derrame cerebral e doenças vasculares das pernas) e doenças pulmonares (enfisema pulmonar e piora das crises de bronquite e asma).
O tabaco é o único produto de consumo legal que mata até metade de seus usuários habituais. A nível mundial, uma pessoa morre com doenças relacionadas ao tabaco a cada seis segundos aproximadamente – o equivalente a quase 6 milhões de vidas perdidas a cada ano.
A estimativa do Ministério da Saúde é de que, para 2030, este número deva subir para 8 milhões de pessoas e mais de 80% das mortes evitáveis acontecerão entre indivíduos que vivem em países de baixa e média renda. Dados mostram que 3% das pessoas conseguem parar de fumar por ano sem nenhum tratamento. Com a ajuda de profissionais especializados e uso de medicações, esse número cresce assustadoramente, tanto em tratamento individual como no tratamento em grupo.